quarta-feira, 30 de maio de 2012

Três Pulinhos


Tenho os pés no chão e a cabeça na lua
Desconectada do pescoço
Distante anos luz do meu corpo
Penso e de tanto pensar quase existo
Mesmo que flutuante
Distante do que se julga  normal

Perco-me e tudo perco
Procuro e sei onde estou
Tenho contrato fechado, lacrado,
E de longo prazo com São Longuinho
Se não é o bondoso santinho
Não sei se me encontro ou não.

terça-feira, 29 de maio de 2012

De mim mesma

Estou uma vez mais pairando sobre a terra, sem rumo
Encontro e perco
Não posso, por mais que eu queira,
controlar, segurar, guardar
Sempre me foge ao controle o coração
Tenho dúvidas, se o danado de fato me pertence
Pois me arremeda, engana e entorpece
Me faz feliz e triste
Me toma e me deixa
E só
apenas eu e ele
Sem nada mais que nos atrapalhe




Não vou mais me entorpecer
nem de mim nem de nada

sábado, 19 de maio de 2012

Do coração

Novos giros se fazem girar
imperceptíveis
Por mais que se queira não há controles...
analógicos, digitais ou até mesmo psicológicos
Estamos fadados à ser levados pela música constante da vida
Não temos escolhas?!
O que veem os olhos
Sem demora o coração sente
E a mente, por medo de sofrer
                                           [ mente.]

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Translucidação

Uma vez mais o distanciamento, esse de mim mesma
Que apenas aos meus olhos se faz perceptível, palpável
Tenho a sensação de que se quiser posso pegar

                     [sensações tão espessas essas que me acometem agora]

Me lembro de esquecer por pelo menos todas as horas do dia
Fiz de fogo meu cabelo, só para variar
E vou e volto, nas mesma questões de sempre
Ainda sou um poço de contradições,
relevantes ao mesmo passo que verdadeiras


Ao amigo

Subimos juntos uma vez mais!
Fomos levados por sabe-se lá o que

                      ao topo do fundo do mundo  


Voamos e nem nos fizemos perceber
tão somente podia-mos, nos ver
destrinchados, em pele e alma fronte ao outro
Amor e muito mais
tudo misturado
entrelaçados
Nesse tênue fio chamado vida!

terça-feira, 8 de maio de 2012

não preciso de títulos
escrevo sem eles se quiser
prefiro não intitular

nem, muito menos rotular
relutar?!
parei, larguei de mão

estou saltando 
em queda livre
há algum tempo
estou convencida das belezas dessa linda vista
e mais convencida ainda de que para vê-las, é necessário saltar
estou me embrenhando nesta teia translúcida e cintilante de você


aqui vai mais um pouco de mim:
_como já deve estar constando nos astros
eu me transformei em outra, sim, mais uma vez!
meu pensamento mudou de cor, e isso nem é novidade
mais descobertas foram feitas por esse meu eu tão inquieto
meus planos, calculados detalhe a detalhe caíram por terra, 
sem mais nem menos passei a sonhar outros sonhos
estou sem nada, despida de camuflagens, aberta e exposta ao mundo
espero com um desespero calmo e enluarado, verdades serem entregues em embalagens de presente no meu endereço 
não faço mais conta, por nada, e de nada
procuro sorrir sempre que posso, 
e até me entrego muitas vezes às gargalhadas
estou mais viva do que nunca
estou feliz, muito feliz!


sábado, 5 de maio de 2012

Sinto falta da voz
da minha própria
Já faz tempo que não a deixo passear
apenas permito que vá pra bem pertinho
mas que volte logo
não a tenho deixado voar longos voos
nem planar ou aventurar-se em rasantes sobre a terra.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

na rua
observei a passagem dos homens
correndo para qualquer
 ou nenhum lugar
na longitude de uma distância
provavelmente imaginária