terça-feira, 31 de julho de 2012

Choro seco


Então seguro qualquer tecla
Abandono as mãos ao meu próprio abandono
Onde está o chão?
De certo não em baixo dos meus pés
Flutuo, com um aperto no coração
Um nó na garganta
Devem ser os hormônios
Ou não, ou nada disso, nada físico
Apenas alma então
Inchada de angústia
Essa que poucas vezes se transforma em lágrimas  
Estou precisando derramar
Não cabem em mim meus pensamentos
Não caibo no mundo
Nem ando tendo com ele relações amigáveis
Trancafiei-me no meu âmago confuso
Porém doce
Nunca amargo

Se me vem lágrimas aos olhos
Geralmente são de amor
Mesmo que doam
Alegram-me
O balanço frouxo desse descompasso
Atordoa-me
De vez em quando roço de leve meus pés no chão
Mas não permaneço terrestre
Logo voo
Não sou daqui
Bem sei

Causo estranheza
Em qualquer um
Sou de supetão
E por vezes até de afago
Não sou de ferro
Sou água e vento,
Medo e choro,
Amor, muito amor
Embora o tal não me pertença
Pouco permeia a minha vida
Mas ainda assim
Levanto bandeiras por ele

No espelho
Minha imagem distorcida
Esse corpo que sou eu
Esse excesso
Essa falta
Minha bruxaria contida
O susto que vai dos olhos meus

Não sei...

Provavelmente a esta altura minhas palavras nem façam mais sentido, mas eu tenho certeza que sinto meu coração apertado de uma saudade de alguma coisa que ainda quero viver, de um beijo, de um lugar, de um sorriso, de mim, saudade da minha pele, dos planos que um dia fiz, um dia tão distante que as lembranças me fogem já... Enfim é só isso, era preciso escrever esse monte de quaisquer coisas apenas para desabafar, pra desabar em lagrimas tipográficas, borradas com a água imaginária que deve estar brotando dos meus olhos sedentos de vida.


Do emaranhado

E se não me faz bem?!
Esqueço e fim?
Degolo o pensamento?
Ou deixo seguir seu curso torto correnteza a cima?
Tento não ver, e mais que isso,
meu coração se esforça pra não sentir.

Tudo em vão,
tão latente,
real,
incontrolável,
e próximo
Que me cutuca a alma frágil
me esfola em carne viva a razão

Mas, está bem
Deixe estar
que rolem as águas
são só mais algumas voltas que o mundo vai dar
antes de tudo se resolver
antes da mente esquecer
e do coração se aquietar.







segunda-feira, 30 de julho de 2012

Do que não me pertence

Este sentimento tão conhecido de impotência me esgota
não posso nunca
não depende de mim
estou certa de tentar
tanto quanto posso

Me incomodo...

Estou farta, angustiada

Me pesa...
esta falta de leme me pesa,
não tem bússola a minha vidinha
não tem direção meu eu

Vou esperar mais um pouco
pra ver se ouço as batidas na porta da vida
só pra ver se acontece algo
ou se paro
ou se...sei lá...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Das últimas verdades

Sem sal, sem açúcar
hoje não estou agridoce 
estou mesmo longe...
de mim
da minha verdade absurda 

Meus pensamentos turbilhonantes
pairam em calmaria 
no mesmo nó 

Os olhos tapados pela velha peneira
da acomodação
por vezes querem marejar
mas exitam 

não podem
não posso
minhas mãos não alcançam 
e a mente não controla nada

Querer é pouco
Amar é só
e eu permaneço





quarta-feira, 18 de julho de 2012

Das dúvidas

O que dizer quando as palavras nos faltam à mente, à boca e às mãos?
O que fazer quando o pensamento é contrário ao coração?
Este querer não querendo
Este sim disfarçado se não
O que fazer, se não sei ao certo o que fazer?
Me diz, e então?

terça-feira, 17 de julho de 2012

Não exijo que a flor seja rara
basta-me que seja flor
só por isso já é bela

Das pétalas

Um botão a cada dia já é sem dúvidas um florescer
Não há pressa, ao passo que nada é errado
ou mesmo inadequado quando se trata de simplesmente se deixar viver
Como deixar de amar
se o seu cheiro me afaga o coração
a simples lembrança me faz sorrir
por mais complicado que seja
mesmo sendo tão dificil de entender
nada me importa
pois tenho certeza
de que seja lá como for
estou muito feliz!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Da escuridão

É possível dividir-se entre esta certeza plena de nada
e esta vontade imbecilizada de tentar mais uma pouco?
Deve-se admitir o alto teor de confusão
expresso por estas palavras tortas!
É como olhar para o fundo de um poço, muito, muito, profundo,
pra perceber, antes tarde do que nunca
que não se pode saber do fundo
é escuro, é desconhecido, e assim é que tem de ser.

Isto me causa falta de ar e de chão.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Enquanto dure

É no beijo doce que se pode ver a alma
sensualidade essa nossa, que se desvela tímida de mim, não de você
Esse medo de nada e tudo tão palpável,
tão difícil de deixar de lado
É melhor não decidir,
me agrada viver e mais nada
Deixa ser pra ser
E assim que seja eterno
em seu próprio tempo
                                 [perfeito]

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Das células

Não sei se há
nem onde esta a tal coerência
vou me jogando
querendo 
tentando
ultrapasso os meus 
e os seus limites, bem sei
acontece que vejo o meu brilho ao seu lado
que ouço claramente as batidas descompassadas do meu coração
não me enlouquece
só me chama
me acalma a alma
e acende uma fogueira em cada uma das minha tantas células
aquelas que morrem
que passam
que como todo o mais são efêmeras
não é só desejo
é anseio
é carinho
é tão puro
tão nobre
que nem mesmo sei como chamar



quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pra ser feliz!!!

pra ser feliz basta sorrir
                            [basta]
pra ser feliz é nada e só
é só não sofrer, 
que pronto
a gente já é feliz
olhar pro horizonte
também faz muito feliz
lá, mais além tem mais
muito mais pra se ver
Se levantar a cabeça já é...
                         [já é feliz]
abrir os olhos então
é o melhor elixir
cantar, contar, falar, rezar, buscar, descobrir
tudo isso faz feliz
então me fala
vai, 
me diz
você realmente não consegue ser feliz!?


A noite dos gatos

Os gatos fazem a noite,
transformam como querem sua energia
a noite felina é doce, ardilosa, viva, curiosa e leve

Os felinos são verdades absolutas,
sensualidade inocente,
personalidades sinceras.
Amor, puro amor!!