sexta-feira, 1 de maio de 2015

Do que não se vê, só se canta

Escorrem os dedos
das mãos
que tapam insolentes a boca
os lábios estão pressionados

presos

uma correntezinha de vento
escorre
pelo microscópico buraquinho
que sobra

sopra pra ver se sai
vai
sopra que cai a baba da moça
que tenta falar


crocitam os pássaros
ao longe
no céu
do azul queimado de sol da tarde

adeus
a sensação
da corrente de ar já se foi

pra onde
pra onde correu
não era passível de se observar

secreta

o ar da menina
só pode calar 

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