sexta-feira, 30 de março de 2012
Urubu
Sobrevoar rasante o céu
Projetar-se em sombra no chão distante
Aventurar-se em queda livre rumo ao solo
Contrastar sua negrura com a imensidão azul
Voar até não poder mais
Só para ser livre como lhe é da natureza.
quarta-feira, 28 de março de 2012
Simplesmente Catarina
Sobre[ser]
terça-feira, 27 de março de 2012
Para tardes de chuva sem chuva
segunda-feira, 26 de março de 2012
Via Láctea
Vi, a láctea via de estrelas
No escuro do céu
No firmamento
Percorri com olhos de passado
O brilho há muito já instinto
Na memória a sensação de outros tempos
Turbulentos, porém dos mais doces
Os cheiros relembraram ao olfato
Como a luz aos olhos se fez latente
E na via láctea estrelada
Minha criança sorrindo se fez presente
Estirão
Seus olhos, já não se fazem mais tão presentes.
É chegado o momento da primeira despedida.
Vai-se a criança e chega o adulto.
Esse furacão, do qual habitamos o olho,
Sacode nossos corpos fragilizados, com solavancos secos.
O filme da vida passa por nós.
É possível vê-lo claramente!
Separam-se os momentos.
A mente, principia a seleção das passagens de maior relevância.
A verdade faz-se de puta e nua,
bem embaixo do nosso nariz
Nos revira as entranhas
Vomitamos todo o nosso ser.
Abandonemo-nos então, em tais solavancos
Talvez com eles, mais parafusos se encaixem
Viver é só isso
Descobrir-se a cada instante
Temos o privilégio de poder saber.
A realidade esta escrita nos muros e nas testas.
Por esse motivo temos olhos, para ver.
Passagem
Muito, e tanto quanto posso.
Não sei do seu coração,
mas sei do seu rosto.
Onde está o sorriso tenro
que me encantou?
Turbulência n'alma?
Esse é o momento.
Viva as escolhas,
Não abdique de nenhuma tempestade
Grite para o mundo!
Invente, dance e componha músicas,
Nem que sejam de uma nota só.
Fale se quiser!
Ou nada diga, pense.
Apenas liberte seu instinto,
mostre-se para o futuro de dentes e sorrisos.
Salte sem paraquedas no seu presente.
E o futuro?!
Ele nada mais é do que o agora
domingo, 25 de março de 2012
Da identidade
Do pai ou da mãe?
Um pouco de cada um.
Fisicamente são da mãe,
os dedos longos e gordinhos,
e as unhas arredondadas são dela.
A extinta verruguinha era dele,
Assim como os movimentos precisos e astuciosos.
Bem, a leveza veio dos dois,
o dom de criar, que é próprio deles, também.
As mãos dele criam coisas grandiosas,
Na pedra pesada ele é capaz de construir abrigos afáveis e gentis.
As dela, com miúdos pontos, trama preciosas texturas que nos convida a percorrer.
A união dessas mãos tão importantes,
com a promessa eterna da aliança no anelar esquerdo,
gerou outras tão sedentas de arte quanto.
Esculpem, desenham, trançam, tocam, concertam, constroem e teclam.
Mas o mais importante, é que sabem da necessidade de permanecerem sempre unidas,
Nessa linda ciranda chamada Família.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Imersão
Não há caminhos claros a seguir.
Paralisia,
Afogamento em águas geladas e desconhecidas
Arrisco-me por canyons submarinos
E fico ainda mais submersa
Precipito-me contra as marés
Sei que a superfície não se encontra assim tão longe
E que é necessário encher de ar os pulmões
Mas permaneço
É preciso
Aproveito o coma instantâneo para refletir
Entrego-me ao balanço calmo e intenso desse mar de mim mesma.
E de súbito retorno ao oxigênio
Ainda é dia!
quinta-feira, 22 de março de 2012
Reflexos e reflexões II
O segredo esta justamente na calma.
Não há formas humanas de sanar todas as dúvidas inerentes ao homem.
Somos profundeza remota e impenetrável, transparecemos apenas o mínimo.
Mentir é natural e humano, e nem por isso é negativo, momentos há em que a mentira é necessária para proteger.
Os olhos não são capazes de espelhar toda a amplitude da alma.
No entanto, não precisamos nos enganar com nossos próprios sentimentos.
A verdade já não me assusta tanto quanto antes, ao contrário, me tranquiliza!
quarta-feira, 21 de março de 2012
Osmose
Bem, o beijo nem sempre chega.
Sobram apenas as lembranças de outros beijos
As mãos precisam tatear,
O corpo anseia ser delineado por toques suaves
O cheiro se faz saudoso às narinas
E o paladar degusta os últimos sabores.
É necessário trocar
Estar próximo
Separar-se por que?
Se a simples presença é o suficiente para alegrar.
terça-feira, 20 de março de 2012
Da noite
Não ha dúvidas, ele esta bem visível.
Vejo as estrelas, que formam um caminho iluminado, que nos leva para qualquer lugar.
Não tenho medo desse infinito negro desvelado pela noite,
Tenho medo apenas dos olhos,
de todos aqueles que olham e pensam.
Me inquieta a dúvida.
A noite é sempre fria, por mais que seja quente.
Porém quando se põe o sol, sem demora se mostra a lua,
Sorri fresca e pálida, nos ilumina, sem ruborizar-se, sem se acanhar por ser tão bela.
A noite pertence ao coração, enquanto que o dia, ao corpo e ao trabalho.
É na escuridão que os suspiros saem para passear e revoam gélidos os corações amantes.
Na noite o calor se projeta, se faz no outro, mansinho e leve.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Na Alma
E que uma tristeza que vem sabe-se lá de onde
nos arranha a mente e o coração?!
E esse nó na garganta, a gente engole, ou vomita em lágrimas?!
Não é tristeza propriamente dita,
é vazio, é falta, é desgaste de corpo e de alma.
É essa incerteza, que vem de brinde quando a gente nasce.
Preciso saber!
Mas de que?
Por que?
É necessário quietar.
Porém não encontro essa tal calma em lugar algum.
Hoje é o amanhã de ontem,
Estou no futuro, e ainda não sou o que quis ser quando crescesse.
Sou uma pilha de palavras e informações desconexas e amontoadas.
Não sou, e nem sei de nada.
Sou uma imagem opaca de tudo aquilo que projeto em mim.
Sou tecido transparente e fraco.
Sentimentos misturados.
Sou massa e alma inquieta
domingo, 18 de março de 2012
Todo tempo é pouco,
uma noite é quase nada comparada ao tamanho do desejo e do carinho que precisa ser saciado,
trocado.
Energia, pura magia, é fácil perceber que não é por acaso,
que não é por nada, apenas precisamos estar juntos.
Sentir...
Continho sem fadas
sexta-feira, 16 de março de 2012
Matizes
O ar ficou leve,
A brisa sentiu-se livre para voar
Serenou...
O céu virou mar,
Com ondas calmas,
sem atribulações.
O sol não sorriu escancarado
Unicamente agraciou-nos
Com um sorriso tímido
Invernou apenas a promessa dos dias lindos,
Que junto ao frio nos espera.
O firmamento foi tingido
com pinceladas trágicas
de um âmbar, quase que azulado.
Horizonte cromático
A medida áurea da beleza pura e simples.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Fluente
que não são de água,
me afoguei, ou mergulhei
já nem sei.
Me encantei, de leve, aos poucos
Assim como é leve e tímido o seu sorriso
Seus mistérios...
Quais serão?
Trancafiados nos seus olhos, que não são líquidos.
Menino ou homem?!
Tanto faz.
Não me importo.
Apenas quero, e acredite, quero muito.
Te quero de alma,e quem sabe até de corpo.
Te quero ao lado, mas em cima também me agrada.
Te quero sorrindo, mas se chorar, tomo suas lágrimas como minhas.
Te quero hoje
Posso te querer amanhã.
Ou quem sabe (embora pareça menos provável),
para sempre.
Mas meu querer, se for por você,
é eterno,
terno,
lindo e calmo,
Por apenas te querer.
Sobre a nova/velha casa!
Avistar,
olhar ao longe,
e perceber o que na realidade esta bem embaixo do nosso nariz!
Somos passado, presente e lutamos por um futuro, que nem ao menos estamos certos de querer presenciar.
Planejamos janelas para ver o mundo, mas a vista não permanece,
ao contrário, modifica-se constantemente,
sem nos consultar.
terça-feira, 13 de março de 2012
Amnésia
Limito-me a sonhar, e de leve.
Mas não me imagino, não me vejo, é a mais pura verdade.
Será possível, que eu, em algum momento acabo?
Não, obviamente não, mas ainda assim me escapo, fujo,
Amnésia de futuro, talvez seja esse o meu caso.
domingo, 11 de março de 2012
Por do sol
ouvindo-me quieta,
deixando vibrar,
energizando,
vendo as cores desenharem o horizonte,
brisa inspiradora,
crepúsculo sinestésico,
minha alma se alimenta dos últimos raios quentes do sol,
descobrindo calada,
a chegada azul da noite.
do momento único em que imaginamos pertencer a qualquer coisa,
na verdade pouco importa
sexta-feira, 9 de março de 2012
Por mim...
Fazemos graças e gozamos, mas qual gozo?!
Existir nos basta?
Não a mim.
Minha cede precisa ser saciada,
preciso sentir o frescor líquido escorrendo por minha garganta seca.
A alegria é sempre tão passageira, que resolvi almejar apenas pela tranquilidade
Ao menos, possa talvez eu mesma sustenta-la.
Não estou triste agora, mas já estive,
Assim como já fui feliz muitas vezes, e serei outras tantas,
Mas felicidade é diamante raro, e se assim não fosse, teria menos valor.
Busco um equilíbrio que nunca me pertenceu,
um lirismo despretensioso na vida,
um amor, e mais nada.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Para um Anjo
domingo, 4 de março de 2012
Sobre[amor]
São o pote de ouro no final do arco-íris, inconsciência animal, e brilham coloridos até hoje,
Talvez osso, ou apenas carne
Apenas estou certa da insegurança, me protejo, me proíbo.
No entanto desta vez me vi obrigada a permitir,a tentar.
Não me entrego nunca ao sonho,
Ele sempre me atormenta, com pitadas de pesadelos que eu mesma crio.
Saltei, e estou certa de não ser mais possível retroceder,
E nem é esse meu real desejo.
Só eu sei como queria, e quero, porém não tenho medo do que vai aqui dentro, mesmo que seja doloroso o tombo, me arrisquei consciente e até aqui, o salto foi belo.
quinta-feira, 1 de março de 2012
A dúvida da mudança foi de súbito substituída pela certeza dos benefícios dos novos velhos ares.
Alguns amigos ficaram, e fazem tanta falta que me dói o coração mais de uma vez ao dia, porém, mais pessoas chegaram à minha vida, com jovialidade milagrosa, com carinho quente e amor, muito amor pra dividir.
Estou feliz então, por estar aqui.