Ter quinze anos é bem mais do que ter espinha na cara, se apaixonar por
quase todos os meninos gatinhos que aparecem, ouvir música alta no mp3 e
navegar na net.
Ter quinze anos, é ter uma breve ideia de quem se é, e não fazer ideia do
que vai ser quando crescer de fato.
Quando se tem quinze anos, tudo é razão para desespero, afinal, viver quando
se tem quinze anos é tão bom, que nada pode dar errado e estragar tudo, sim,
pois quando temos quinze anos, esta história de que o tempo resolve não faz o
menor sentido, a adolescência exige tudo para ontem e sem demora.
Com quinze anos a hora de dormir nunca chega, assim como a de acordar.
O cabelo sempre esta um horror, e o corte da melhor amiga sempre arrasa mais
que o seu.
É preciso sair correndo da escola, sem nem ao menos se despedir dos amigos,
para chegar logo em casa, e falar com eles mesmos no facebook ou msn.
Aos quinze anos, no auge da carinha bonita, olhar-se no espelho e tirar um bilhão de fotos do próprio rosto, servem como bálsamo para a alma, e roupas novas são capazes de curar quase todas as
doenças.
No entanto tenho o prazer de conhecer uma menina um tanto diferente.
Ela esta beirando os quinze anos, ainda está no quatorze e alguns meses, mas
já é possível sentir o cheiro dessa idade tão marcante chegando.
Ela é realmente diferente, em alguns pontos é claro, pois é impossível fugir
totalmente, todos estão fadados a ter quinze em algum momento, e a agir
coerentemente com a idade.
Mas a tal de que estou falando não ta nem aí, abomina modismos, já se livrou
da chapinha há séculos, liberou seus lindos cachinhos cor de mel (que alias
causam inveja em quase todas as amigas de chapinha e cabelo de cor indefinida),
veste-se como bem entender, e até prefere criar seus look`s sozinha, sem se
incomodar com o que dita uma tal moda que ela nunca viu mais gorda na vida.
Se a maré não está pra peixe, deixe estar, que ela está.
_A regra é sempre tênis, diz a tal da moda.
Ela sem demora replica e defende seus lindos chinelos enfeitados, que além
de serem muito mais frescos, ainda lhe dão a liberdade de soltar os pés.
No fone de ouvido berram noite e dia, as bandas mais alucinantes que se pode
imaginar, a menina de cachinhos de mel, é muito "Rock and roll".
Alimenta-se de livros e bons planos para um futuro que não vê a hora de
chegar.
Pedala pelas ruas, pairando imperceptivelmente sobre o chão.
Ama viver e ama amar.
E se querem saber, também é muito amada, por ser exatamente como é.
Maluquinha?!
Diferente?!
Despojada?!
Ainda não se intitula como nada.
E nos encanta por ser simplesmente, Catarina.
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